quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Scorpions - Sting in the Tail

Ano de lançamento: 2010
“Sting in the Tail” é o novo álbum da banda germânica Scorpions. Dentre seus trabalhos, talvez seja um dos mais desafiadores. Apesar de ser um grupo deveras experiente, dono de uma extensa e invejável discografia, alguns fatores como o anúncio - realizado por Klaus Meine (vocalista) - de que este seria o último e melhor álbum composto pela banda, retomando a sonoridade da fase oitentista, vista em álbuns como “Blackout” (1982); acaba por criar, antes mesmo de ouvirmos, uma expectativa enorme. Some isso ao grande sucesso e qualidade do álbum anterior (“Humanity: Hour I”) e as expectativas aumentam ainda mais, logo “Sting in the Tail” tem que ser REALMENTE bom.


O álbum é introduzido com a ótima “Raised On Rock”. Já no início o clima festivo é facilmente notado, inclusive remetendo diretamente a um clássico da banda. Observemos a introdução: um riff simples e solitário de guitarra e logo em seguida um solo, também simples, mas com melodia marcante. Qual a primeira música do Scorpions com essa introdução que vem em mente? Quem pensou em “Rock You Like A Hurricane” acertou. Algo feito propositalmente, confira o primeiro verso e comprove. Por suas características, tal música é uma excelente escolha para ser executada em rádios e performances ao vivo, mas analisando friamente ela não acrescenta nada de novo ao som da banda.


“Sting in The Tail” e “Slave Me” são as faixas seguintes, ambas trazendo bons refrões e alguns riffs interessantes, porém sem o mesmo impacto da faixa de abertura.

Destaque para a participação do guitarrista Matthias Jabs, que apesar de não ser um virtuose como seus antecessores - Uli Ron Roth e Michael Schenker - consegue cumprir seu papel com dignidade. Sempre com solos e ideias bacanas. Observe a introdução de “Slave Me” assim como seu solo, que apesar de não ser complexo como as ideias neo-clássicas de Uli Jon Roth, é bem executado, convence e empolga.


A quarta canção, intitulada “The Good Die Young”, traz a tímida participação da famigerada ex-vocalista da banda finlandesa de symphonic power metal Nightwish: Tarja Turunen. É impossível não lembrar das clássicas baladas do Scorpions com o início em violão feito por Rudolph Shenker. Incrível como ele acerta a mão e quase sempre consegue fazer algo marcante. Aqui já temos bastantes variações e detalhes na música. Klaus Meine consegue como ninguém passar emoção através de seus vocais, interpretando a música muitíssimo bem, sobretudo no refrão e atingindo notas altas, mostrando que a idade não pesou (tanto) para ele. Salientar que nessa faixa temos a primeira grande atuação de Klaus Meine.

“No Limit” e “Rock Zone” voltam com a função de cumprir o papel “festivo” do disco. Ambas possuindo uma pegada blues/rock n’ roll rara em dias atuais. “No Limit” destaca-se, possuindo um interlúdio interessante “Rock Zone” é uma faixa divertida, porém um pouco “boba”. Adianto que “Turn You On”, “Let’s Rock” e “Spirit Of Rock” seguem a mesma fórmula. Sendo essa última uma das menos inspiradas de todo o disco. É fácil a audição do álbum tornar-se cansativa depois de um certo tempo, afinal temos uma boa quantidade de canções seguindo uma mesmo linha e soando similares entre si.

Voltando as baladas temos “Lorelei” e “SLY”, ambas remetendo a clássica “Send Me An Angel” do álbum “Crazy World” (1990). Tendo em mente que o Scorpions nunca conseguiu errar a mão com baladas, podemos concluir que essas também são perfeitas, certo? Não tanto... “Lorelei” infelizmente soa um pouco burocrática. Seu ápice ocorre no refrão “distorcido” que culmina no (ótimo) solo de guitarra. É uma música ruim? Não, não é! Mas, soa genérica e diminui o ritmo do álbum. Em “SLY” destaco a performance de Klaus, com uma interpretação realmente convincente, passando com maestria o clima angustioso da canção. Só que falta algo... algo presente na "canção base".

Por fim temos “The Best is Yet to Come”. Com um título um tanto sugestivo e sarcástico, trata-se de uma balada que pode facilmente figurar entre uma das melhores da banda. Seu refrão é excelente, e carregado de emoção soa mais sincero do que nas baladas anteriores. Essa faixa encerra "Sting in The Tail" de forma digna, sendo difícil não se imaginar em um show da banda, cantando com Klaus , o final dessa canção.


“Terminar no topo”


Essa é justificativa da banda para encerrar as atividades após o fim da derradeira turnê. Talvez eles estejam certos, visto a excelente fase que a banda passa em um modo geral, mas “Sting in This Tail” é um bom álbum... e é "apenas" isso. Possui bons momentos como em “Raised on Rock” e “The Best is Yet To Come”, porém muitas músicas soam genéricas e pouco inspiradas, tornando a audição cansativa em certo ponto. Sim, é um bom álbum, mas levando em consideração todas as expectativas (apontadas no ínicio) fica uma sensação de que algo está faltando.

"Sting in This Tail” não fecha a carreira do modo que a banda merecia - supondo que encerrem as atividades - e não tem a qualidade de “Humanity” (2007), sendo apenas um álbum mediano, que em certos momentos parece que foi criado com a intenção de agradar os puristas que criticaram o lançamento anterior. Infelizmente.


Nota:
7,0


Músicas-chave:
Raised on Rock ; The Best is Yet to Come ; The Good Die Young

 
Formação:
Klaus Meine - vocais
Rudolph Schenker - guitarras
Matthias Jabs - guitarras
Pawel Maciwoda-Jastrzêbski - baixo
James Kottak - bateria

Tracklist:
1. Raised on Rock 03:57
2. Sting in the Tail 03:12
3. Slave Me 02:44
4. The Good Die Young 05:14
5. No Limit 03:24
6. Rock Zone 03:17
7. Lorelei 04:31
8. Turn You On 04:25
9. Let's Rock 03:21
10. Sly 05:15
11. Spirit Of Rock 03:43
12. The Best Is Yet to Come 04:34

Tempo total: 47:37

3 comentários:

  1. Como já te falei no msn eu amoooo esse album do Scorpions, achei ele bom, ouço bastante, mas lá no fundo tenho que concordar com vc, lá no fundinho sabe? auahauhauhuahuh

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  2. não é slave on me... é slave me.

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  3. ^

    Arrumei. Não sei porque diabos acabou saindo assim em determinda parte do post, mas acontece. Valeu.

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